A maior produção científica de Canabidiol é do Brasil

O Canabidiol (CBD) é um dos principais e mais conhecidos compostos da Cannabis.
Nós já falamos sobre a diferença entre o CBD e o THC aqui no blog.
Apesar da planta ter registros milenares de seu uso medicinal, o CBD somente foi isolado no ano de 1942, pelo químico Roger Adams.
Desde então, a produção científica de Canabidiol vem ganhando cada vez mais espaço por todo o mundo.
Ainda que, no Brasil, a legislação acerca da maconha seja rígida e intolerante quando comparada à de outros países afora, é nossa a maior quantidade de artigos científicos publicados sobre o canabidiol!
De maneira surpreendente, a Universidade de São Paulo (USP) está em primeiro lugar entre as instituições que mais publicam sobre o tema.
Em um estudo bibliográfico que reuniu pesquisas divulgadas entre 1940 e 2019, a USP aparece com mais do que o dobro de artigos publicados do que a segunda colocada, a King’s College London.
Confira a seguir algumas das principais informações sobre a produção científica de Canabidiol nos últimos anos!
O que você vai encontrar aqui:
Sobre o estudo
Divulgada na Current Pharmaceutical Biotechnology, a análise bibliométrica investigou mais de 1.100 artigos nas principais bases de dados, considerando o número total de produção, o escore total de citação e o índice-h, métrica que quantifica o impacto e a produtividade de cientistas de acordo com os seus artigos mais citados.
O estudo, de nome Global Trends in Cannabis and Cannabidiol Research from 1940 to 2019, avaliou a produção científica de canabidiol global e se dividiu em três temáticas: química, farmacologia e biologia molecular da Cannabis Sativa.

Principais autores
Dos dez principais autores de produção científica de canabidiol no mundo, quatro fazem parte da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP – USP).
Os professores responsáveis por uma grande fração das publicações brasileiras são Francisco Silveira Guimarães, Antonio Waldo Zuardi, José Alexandre Crippa e Jaime Hallak, que se encontram nas posições de número um, dois, cinco e sete no ranking, respectivamente.
O segundo colocado, Antonio Waldo Zuardi, é considerado mundialmente como um dos pioneiros desta área de pesquisa.
Estamos muito bem representados, sim ou claro?

Um panorama global
No rol de instituições com maior produção científica de canabidiol do mundo, logo após a USP, aparece a King’s College London, universidade que mais colaborou com a instituição brasileira.
Segundo o professor Guimarães, “observa-se que as instituições com mais artigos publicados têm uma cooperação mais estreita entre si em comparação com aquelas com menos artigos publicados”.
Das instituições com maior número de publicações científicas sobre canabidiol num panorama global, Estados Unidos, Israel, Itália e Reino Unido possuem duas instituições, cada um, entre as dez mais produtivas, enquanto Brasil (USP) e Austrália possuem apenas uma instituição cada.
A produção científica de canabidiol, quando avaliada por colaborações internacionais por país (e não por instituição), tem em primeiro colocado o Reino Unido, que se segue pelos Estados Unidos e Brasil, respectivamente.

Produção científica de Canabidiol no Brasil
Na década de 1970, os brasileiros Elisaldo Carlini e Isaac Karniol foram responsáveis por detectar a propriedade antiepilética do CBD, sendo esse segundo professor e orientador de doutorado de Antonio Waldo Zuardi, que deu continuidade às suas pesquisas.
Ainda no cenário brasileiro, o professor Guimarães foi responsável por investigar o CBD e o seu papel como ansiolítico, enquanto o professor Crippa têm se dedicado a estudar os seus efeitos farmacológicos como anti inflamatório, antioxidante e neuroprotetor.
A produção científica de Canabidiol está só começando!
Ter a comunidade acadêmica brasileira dedicada a estudar o assunto é de grande valor social, político e econômico para o país.
Tornar as descobertas acessíveis para a população pode nos colocar em posições muito vantajosas com relação à regulamentação da Cannabis, nos aproximando de um futuro muito mais flexível sobre os usos medicinal e adulto da planta.
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