Qual é a importância de mapear o mercado de Cannabis no Brasil?

Quando falamos que o mercado de Cannabis é ilegal, não significa que ele não exista. Pessoas estão consumindo maconha, se tratando com medicamentos canábicos, fazendo pesquisas sobre a planta e cultivando. Mapear o mercado de Cannabis significa entender quem são essas pessoas, porque elas querem usar a Cannabis e o que esse comércio poderia gerar de retorno para o Brasil.
Entenda mais sobre o porquê de mapear o mercado de Cannabis no Brasil, o impacto que isso traz para os setores de ciência e medicina e a importância de termos pacientes e usuários devidamente informados sobre a planta.
O que você vai encontrar aqui:
Por que mapear o mercado de Cannabis no Brasil?
Empresas de coleta e tratamento de dados trabalham para todos os setores da indústria para medir públicos, analisar o perfil dos consumidores, pensar em novos produtos e ideias, e medir o impacto e valor dos mercados. E com a Cannabis não deve ser diferente.
A Kaya Mind, primeira empresa focada na coleta de dados sobre maconha, surgiu de uma demanda reprimida de mapear o mercado de Cannabis. Hoje são mais de mil produtos com preços monitorados, mais de 24 mil pesquisas científicas captadas e 150 ações e fundos de investimento.
Com esse e outros trabalhos de coleta de dados, conseguimos ter um panorama do mercado no Brasil, mesmo que ilegal, e como a legalização da Cannabis poderia mudar a vida dos brasileiros, seu impacto na vida, na educação, nos tratamentos médicos e na comercialização de produtos à base da planta.

A importância de mapear o mercado de Cannabis para a ciência e a medicina
Olha pelo aspecto jurídico, a ciência brasileira não barra pesquisas envolvendo substâncias ou plantas ilícitas. Porém, o excesso de burocracia e os altos custos que envolvem estudar a Cannabis impedem que pesquisas sejam realizadas. Hoje, a Anvisa trata instituições públicas de pesquisa da mesma forma que a indústria farmacêutica, cobrando determinadas taxas para liberar autorizações legais.
Apesar do uso medicinal no país já ser uma realidade, estamos perdendo oportunidades com o atraso na legislação. Além de beneficiar milhões de pacientes brasileiros que teriam acesso a um tratamento mais natural e de qualidade, temos potencial agrícola e condições climáticas que nos permitiriam fornecer matéria-prima para laboratórios farmacêuticos em grandes quantidades. Mas para entender todo esse potencial, é preciso mapear o mercado de Cannabis e entender a potência brasileira dentro desse nicho.
O atraso na legislação leva ao atraso nas pesquisas científicas e, consequentemente, na descoberta de melhores medicamentos e tratamentos canábicos. O mercado de Cannabis está em ampla expansão no mundo todo e os países que estão saindo na frente estão se beneficiando social, educacional e economicamente. Quando resolvermos entrar no jogo, pode ser tarde demais.

A importância de ter pacientes e usuários informados sobre Cannabis
O ato de mapear o mercado de Cannabis oferece informações que podem ser usadas para ampliar o conhecimento da planta, seus benefícios e oportunidades. Com mais pesquisas científicas e relatórios de mercado, temos mais médicos especializados, o que leva a mais pacientes informados e interessados no tratamento. Com mais pacientes interessados e lutando por seus direitos na Justiça, conquistamos menos burocracia na importação, mais cultivos autorizados e por aí vai.
O problema é que no Brasil, esse processo ainda é muito lento. A dificuldade de importação e os altos preços dos medicamentos fazem com que muitos brasileiros nem tentem começar os tratamentos. Ao mapear o mercado de Cannabis, conseguimos mostrar às autoridades e às grandes indústrias que esse é um mercado que vale ser legalizado e, ainda mais, que vale investimento.
A falta de informação é usada para confundir, manter estereótipos atrelados à planta e fomentar o preconceito acerca de quem faz uso de Cannabis, seja através do uso adulto ou medicinal. Obter informação de qualidade, baseada em dados científicos, é o único caminho para a legalização.

Muito bom participar deste movimento.
É mesmo, Liege!!